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"Olhe estes olhos. Escute esta voz. Toque este cabelo. Agarre este corpo. Destrua este coração."

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

E eu estou gritando seu nome. Tão alto que eu mesma não consigo mais me ouvir. Com tanta dor que espero que meu coração pare de bater. Com tanta força que meu corpo abandona tudo.

E eu estou aqui. Gritando seu nome com lágrimas nos olhos, desespero na pele e gosto ruim na garganta.

Eu estou aqui. Inteira e completamente desequilibrada por esse amor ruim, doloroso e que não me deixa ir.

E eu cambaleio. E eu sinto tudo dentro de mim lutar contra você.

Seu nome ecoa pelas paredes. Minhas unhas se cravam na minha própria carne.

E eu grito novamente. Por que, um amor tão enorme quanto esse, com toda essa força, não pode ser correspondido? E eu choro. Sabendo que não tem mais jeito. Você já não é mais meu.

E eu grito uma última vez. Alto, mas muito sonoro. Ponho as mãos nos ouvidos como uma criança mimada que não quer ouvir a mãe certa. "Bem feito" Eu sussurro pra mim mesma. "Bem feito".

domingo, 12 de junho de 2011

"Olhe estes olhos. Escute esta voz. Toque este cabelo. Agarre este corpo. Destrua este coração."
Foi o que eu pedi.
Foi o que você fez.
E por isso Adeus.

Tu.

Ah como eu te amo.
Não quero lembrar de onde tu vieste ou como, não quero lembrar.
Não quero ficar enfatizando tua pele translúcida e teu jeito de falar.
Não quero te imaginar com outra, nem num futuro longínquo.
Não quero tua raiva, teu ódio, tua frieza.
Quero tu.
E tu, já me disseste, não terei.
Ai, como eu te amo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tic- Tac

Tic-Tac. Tic-Tac. Silêncio.
Levantei meu olhar para a parede em minha frente. O maldito relógio que coordenava (melhor, descoordenava) minha vida, estava parado novamente. E de novo ele mantinha seus ponteiros nas malditas 16h59. Olhei para a pilha de trabalho acumulado em minha mesa, xinguei, suspirei e mais uma vez, levantei-me para tentar consertá-lo.
Peguei o da parede, o abri e olhei cada engrenagem como se entendesse exatamente o que estava fazendo. Não entendia. Recoloquei suas peças no lugar, o fechei e fiquei ali olhando para ele. Era um relógio de bolso antigo de ouro branco. Devia ter seus cinquenta anos, então seria normal que parasse um dia. Como não poderia mais usá-lo no meu bolso nos dias atuais, decidi que permaneceria na minha parede até que um dia ele parasse. E ultimamente ele vinha falhando sempre no mesmo horário, ás 16h59. Era como se os ponteiros fossem pesados demais para suas engrenagens levantá-los novamente até o próximo quadrante do relógio. Bom, pelo menos era o que eu achava. Muito provavelmente eu estava errado. Mas só teria certeza no outro dia. Retornei ao trabalho acumulado, comi, dormi e sonhei com relógios e engrenagens.
Acordei no dia de hoje com o corpo pesado. Passei pela mesa, vi o relógio e pela primeira vez em anos o abriguei no bolso do paletó. Foi um dia comum o dia hoje, trabalho pela manhã e pela tarde. Mas por problemas no escritório saí mais cedo. Resolvi então que iria procurar um relojoeiro.
Entrei no meu carro na tarde de hoje com meu relógio no bolso. Dirgi por alguns minutos. Uma música aleatória tocava no rádio. Ela acabou. Silêncio.
Tic-Tac. Tic-Tac.
Eu descuidadamente tirei meus olhos da estrada e busquei o relógio no bolso, para ter certeza de que ele voltara a funcionar.
16h59.
Tic-Tac.
17h.
Um baque forte. Sons metálicos. Escuridão.

"Dizem que o verdadeiro relógio é fiel ao seu dono como um cão. Tanto que falha momentos antes de sua morte, e morre juntamente com o dono."

domingo, 17 de abril de 2011

Tsc.

Pare.
Pare agora.
Pare neste exato momento.


Pare de olhar através da minha alma,
Pare de fazer doer,
Pare de sentar perto,
Pare de ficar á um palmo de distância.

Pare de tocar bem,
Pare de sorrir por nada,
Pare de olhar através da minha alma!
Pare.

Pare de me conquistar a cada segundo,
Pare de me deixar me apaixonar,
Porque você e eu sabemos que você não pode se apaixonar de volta.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Os Filhos da Noite

Faziam dias que eu permanecia daquele jeito. Com olhos borrados, paredes manchadas, guardanapos molhados de lágrimas. Faziam dias que eu não conseguia achar significado em nada nem para nada. Eu só conseguia chorar e me lamentar. As janelas estavam emperradas e a torneira da pia estava aberta e derramava água sem pausa pelo chão da minha cozinha. E eu afundava mais e mais na minha cama, em meio á lágrimas e dor.
Então com um som estrondoso um ser escuro como a noite, tão conhecido por mim de outras dores, entrou pela minha janela emperrada. Ele revelou um rosto pálido e vazio que falou com sua voz silenciosa:

-O que a aflige desta vez querida?
-Eu estou esgotada, -respondi olhando meu teto mofado com lágrimas vis nos olhos- Eu não quero mais, eu quero sair daqui. E não é covardia eu sempre luto, você sabe que sim, que é difícil me abater por muito tempo. Mas ultimamente eu não quero mais lutar. Eu não tenho mais motivos pra nada. Eu não consigo viver por mim mesma e só. Eu preciso de alguém por quem viver.
-Também estou esgotado querida, entendo cada palavra sua... Vamos sentir a noite! E só voltar pra casa quando o sol estiver nascendo. Venha comigo ser um filho da noite! É aqui que o melhor acontece. É, sentir o pecado na noite, fazer valer a pena esses miseraveis dias da nossa juventude.
-Sim. Vamos James, vamos para a escuridão.
E assim James me salvou mais uma vez dos meus olhos borrados, das minhas dores vãs e do meu choro incessante, como a torneira da cozinha. Ah, minha ganância de copas. Como eu amo essa dor.



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sou uma frigideira.

Quero me livrar desse sentimento.
Desse amor por tudo e qualquer coisa.
Desse amor em constante desenvolvimento.

Quero me livrar desse sentimento sufocante e sem sentido
Que me faz perder os dias e as horas de vista
Que me faz chorar espontâneamente
Ao menor sinal de adeus

Quero me livrar também do vazio
O vazio que fica quando você vai embora
O oco que ecoa quando você sai.


Não é infantil da minha parte não querer teu corpo
É só que não terei seu corpo mas não seu coração
E é disso que é feito esse sentimento sufocante
Do qual quero tanto me livrar.

E nada disso faz muito sentido.
E faz.

"Dizem que o coração e o corpo são duas coisas diferentes. É mentira. Quando tocam o coração, o corpo também quer ser tocado. E quando repetidamente tocam o corpo, também o coração quer ser tocado."

"Deus, se realmente existe, por favor faça aquele homem feliz. Meu querido e único homem... Por favor."