Então com um som estrondoso um ser escuro como a noite, tão conhecido por mim de outras dores, entrou pela minha janela emperrada. Ele revelou um rosto pálido e vazio que falou com sua voz silenciosa:
-O que a aflige desta vez querida?
-Eu estou esgotada, -respondi olhando meu teto mofado com lágrimas vis nos olhos- Eu não quero mais, eu quero sair daqui. E não é covardia eu sempre luto, você sabe que sim, que é difícil me abater por muito tempo. Mas ultimamente eu não quero mais lutar. Eu não tenho mais motivos pra nada. Eu não consigo viver por mim mesma e só. Eu preciso de alguém por quem viver.
-Também estou esgotado querida, entendo cada palavra sua... Vamos sentir a noite! E só voltar pra casa quando o sol estiver nascendo. Venha comigo ser um filho da noite! É aqui que o melhor acontece. É, sentir o pecado na noite, fazer valer a pena esses miseraveis dias da nossa juventude.
-Sim. Vamos James, vamos para a escuridão.
E assim James me salvou mais uma vez dos meus olhos borrados, das minhas dores vãs e do meu choro incessante, como a torneira da cozinha. Ah, minha ganância de copas. Como eu amo essa dor.