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"Olhe estes olhos. Escute esta voz. Toque este cabelo. Agarre este corpo. Destrua este coração."

domingo, 23 de maio de 2010

Dama

A dama dos meus sonhos me guiou pelo escuro,
Mais uma vez hoje.
Me mostrou a tempestade que eu esquecera,
Os gritos que ouvira antes,
As borboletas azuis em seus vôos debilmente felizes.
Me deu um novo ar pra respirar,
E mostrou em meus sonhos, um sorriso que eu nunca esperara ver,
Que eu nem sequer imaginara,
E que trouxera á meu novo ar, um novo gosto,
Uma nova cor.
Me deu um novo sonho pra sonhar.
Com mais cores, com mais vidas e mais esperanças.
Não sei o significado dele,
Mas é melhor que sonhar com a loucura, com a qual eu costumava sonhar.

Voltando das Trevas

Andei meio sumida (ou .) por que andei (mais uma vez) tendo (mais um) dos meus momentos maníaco-depressivos. Andei pensando em sair de casa, me mudar de cidade, Pintar o cabelo de uma cor esquizofrênica, essas coisas que acontecem com todo mundo pelo menos uma vez na vida.
Sofri mais uma maldita desilusão no amor, mais uma matéria em recuperação, essas coisas maravilhosas da vida que fazem você encher os pulmões de ar e falar um belo, sonoro, claro e audível: Que merda ein.
E eu estava assim até ontem. Não sei se foram as quase quatro horas seguidas de Rock Band que eu joguei, não sei se foi ter dado carinho á um amigo (coisa que me faz ficar feliz) ou se foi mais uma das minhas curas espontâneas, mas milagrosamente eu retornei das trevas [?] em que me encontrava.
Ou não.
Enfim, estou feliz, radiante e sem motivo.
Espero que isso, esteja, ou um dia, possa acontecer com você.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Garoto de Branco

Estava com fome, com sol forte na nuca, com dor de cabeça.
Podem ter sido essas as causas da alucinação. Alucinação, sim.
Seria impossível que uma pessoa estivesse ali, onde eu o vi.
Ou melhor, onde vi uma alucinação.
Se fosse humano, se existisse teria sido no mínimo, belo.
O que eu vi em uma fração de segundos era, no mínimo, belo.
Alto, de cabelos escuros, sentado em cima do gelo baiano que divide as pistas em frente á uma igreja evangélica do tamanho de um shopping. Todo vestido de branco.
Por uma fração de segundos (a mesma em que o imaginei) pensei ter ouvido um cantarolar melodioso entro o barulho dos carros e do ônibus velho e sujo em que eu estava. Por um momento.
Então evaporou, naturalmente como uma simples alucinação.
E eu me questionei, teria sido uma alucinação realmente?
Sim. Talvez eu quisesse acreditar que não, mas foi.
E assim eu continuei com fome, com sol forte na nuca, com dor de cabeça e pior, com uma alucinação que mais parecia uma lembrança que uma alucinação.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Estou Cansada.

Estou cansada de tudo.
De escrever
De pensar
De chorar
De falar.

Cansada de fazer
Rever
Ler
Estudar
Ajudar
E não ter recompensa alguma, nunca.

Estou cansada de Lutar
De pedir
De implorar
De me humilhar
Para nada.

Estou cansada de perguntar 'o que eu devo fazer?'
Estou cansada de desabafar 'por que, Deus?'
Estou cansada de ouvir 'Vai dar certo (eu sei)'
Estou cansada de borrar meus olhos pelos meus pais
Estou realmente cansada
E estou cansada de estar cansada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Na geladeira, estão anotados...

"Come dowsed in mud, soaked in bleach
As I want you to be
As a trend, as a friend, as an old memory."
(Kurt Cobain)

"Mama take these guns away from me
I can't shoot them anymore
This long black cloud is following me
Feels like I'm knockin' on heaven's door."
(Bob Marley)

"A drink,
For the horror that I'm in
For the good guys and the bad guys
For the monsters that I've been
Three cheers for tyranny
Unapologetic apathy
'Cause there ain't no way that I'm coming back again."
(My chemical Romance)

"Eu queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim"
(Frank Jorge / Marcelo Birck)

"Quando alguém vier pra te mudar
Lembra bem, que o seu olhar
Apesar de grande ainda tem cor
Como um desenho seu
De um homem, que era melhor
Tem cor."
(Sérgio Filho)

"Fique a vontade meu bem, sinta vontade de ficar
Não tenha pressa quem sabe aqui é seu lugar
Me mostra tua coragem, vai leve tudo de mim
Apague os passos da estrada, tente nem se quer lembrar
Daquele nosso tempo, o qual era tão fácil amar."

"E se você quiser e vier, pro que der e vier comigo
Eu posso ser o seu abrigo
Mas e se você não quiser, me nego à todo e qualquer castigo
Mas só quero que saiba meu bem...
Te levo sempre comigo."
(Andréa Martins)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Querida Margot,

Como vão as coisas por ai? Espero que estejam bem.
Bom, por aqui estamos em épocas de chuvas, por dentro e por fora. O céu está com essa péssima mania de me roubar as dores e as lágrimas. Gostaria de conseguir ter uma conversa séria com ele sobre isso, mas ultimamente ambos estamos caindo no choro.
Sobre aquele Sol... Ah ele nos andou castigando furiosamente por um tempo, mas agora fez favor de desaparecer e me deixar com esse céu tão temperadamente temperamental.
Ah querida Margot, estive estando apaixonada nesses dias, mas como á essa altura você já deve ter suposto, era mais uma daquelas paixões onde só eu amo. Mas estou lidando bem com isso desta vez. É como se eu tivesse ficado cansada demais para lutar por ou contra isso. Estou apenas esperando dessa vez, pelo que eu não sei bem.
Aquele colégio é imprevisível amiga! Quem diria que algumas pedras-sabão sabiam brilhar com tanta luz? Eu queria que as visse. Isso me lembra o quanto ele brilha, e que foi lá que eu o conheci.
Não me leve á mal Margot, mas por que comigo as coisas tendem a ser sempre desta forma? Por que é normal que eu ame com todas as minhas forças alguém que não me ama, e rejeite com estas mesmas forças alguém que me ama incondicionalmente?
É Margot, minha carta acaba por aqui hoje. Espero que esteja se divertindo onde quer que esteja.


PS.: O céu é temperamental e tem seus defeitos, mas chorando minhas lágrimas, ele faz-me um grande favor. Mas provavelmente não me faz bem algum.

Com Carinho,
Sua amiga antiga.






-Esperança: Tinha conhecimento de que a minha seria a última a morrer, mas tinha esperança que ela morresse um dia.

Espectro da noite.

Ontem, do meio da chuva, no começo do meu sono, durante o som de um raio, ele chegou.
Entrou pela minha janela, atravessou as grades e, molhado da chuva, sussurrou:

-Dá-me abrigo por hoje, sim?
-Sim -Sussurrei também.
-Como te chamas?
-Clara, me chamo.
-Olá, posso eu chamar-te assim também?
-Sim, faça sua vontade.
-Clara... Olá. Sou o espectro.
-Por que na chuva?
-Por falta de dor. A dor me alimenta, onde está a sua dor?
-Está ali, encolhida. vê?
-Sim, vejo. Permitiria devorá-la?

Doeu-me um pouco a idéia de deixá-la ir, Seria ela lutando contra a morte iminente? Permiti ao espectro que se servisse de minha dor. Ele a devorou. E me senti bem com isso, calma, serena. A dor foi embora, só ficou o espectro.
Ele passou o resto da noite me ninando com canções calmas, guiando meus sonhos para longe dos pesadelos, e foi-se embora ao mínimo sinal da luz da manhã.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Choveu hoje.

Por que choveu hoje? Tão bem, Tão forte.
O céu estava realmente escuro.
A água não me purificou.
Tirou minha pouca maquiagem, me manchou os olhos.
Me manchou o momento, o segundo.
E não lavou a dor, apenas a manchou.
Como se eu fosse uma pintura em aquarela.
Aquarela cinza e negro.
E me manchou, a água da chuva.
Sem azuis, ou amarelos.
Manchou meu cinza e preto, que eu cuidei pra não secar demais no sol.
Limpou meu passado, sujo.
Sujou meu futuro, limpo.
Manchou meu presente, cinza.
E me esvaziou novamente, pra quem sabe talvez, uma cor mais alegre.
Quem sabe, talvez.

Eu.

Eu poderia continuar reclamado da minha vida medíocre.
Eu poderia transferir minha vida medíocre para uma psicopatia de alto nível.
Eu poderia me tornar uma psicopata tão agressiva e cruel, que nem minha extrema aversão á sangue iria me impedir.
Eu poderia esquartejar as pessoas que ferram com a minha vida sem dó nem piedade.
Eu poderia dar os pedaços dessas pessoas para os cachorros comerem.
Eu poderia dormir melhor se fizesse isso.
Minha pele não teria os cravos e espinhas que tem.
Mas não.
Eu paro de reclamar da vida ás vezes, é só ter paciência.
Eu sei controlar meus traumas e medos, por isso não sou uma psicopata.
Eu odeio sangue, de todas as formas possíveis.
Eu não esquartejaria uma pessoa (que não merecesse ao menos)
Não daria uma pessoa que mereceu ser esquartejada para os pobres cães.
Eu não dormiria melhor com isso.
E minha pele teria mais cravos e espinhas, provavelmente.

Stefan Yohansson da Silva Areeira Pinto

Eu tinha um anjo chamado Stefan.
Quando eu caí e ninguém mais me segurou, ele estava lá.
Fazendo bichos na sombras comigo.
Sumindo repentinamente e voltando são e salvo.
Me fazendo chorar no meio da rua.
Detectando erros gramaticais gravíssimos em tampas de fossas.
Me deixando extremamente preocupada.
Me permitindo chorar em seu ombro.
Me abraçando forte.

Ele surgiu no meio de uma multidão.
Um anjo.
Beijou minha mão.
Me fez me sentir viva.
"Marley e Eu"
Ele me fez sonhar e sorrir.
Ele me acordou de madrugada.
Ele quase dormiu aqui.

E então sumiu.
E sim, ele existe.
E sim, eu preciso dele.
E se ele estiver lendo isso vai notar,
que eu estou na 'FOSA' e preciso de uma corda,
um anjo, chamado Stefan.







"Me pergunto quando isso começou...
E no presente estar como irá acabar."
(Clara e Stefan)




Me esqueci.

Lá na esquina. Vai ver se estou lá.
Na chuva, chorando, como sempre.
Talvez eu tenha me esquecido lá.
Na casa dela. Vê se me encontra por lá.
Rindo, gritando, como sempre.
Na escola. Não esqueça de olhar lá.
Depois daquele 'Melhor Amiga'.
No ônibus. Quem sabe não estou lá?
Olhando pro nada, com aquela dor.

Não sei onde me esqueci.
Mas tenho certeza, não cheguei em casa.

Bom dia.

Acordei com chuva na minha cabeça.
Levantei com frio e meu chuveiro queimou.
Fissurei meu cotovelo numa quina de porta.
Levei o dobro do peso na minha bolsa por causa de 3 seminários que tinha pra apresentar hoje.
Desci na parada errada.
Quebrei meu guarda-chuvas na parada errada.
Andei duas ruas na chuva.
Caí na entrada molhada do colégio.
Meu melhor professor faltou hoje.
Tomei o maior fora da minha vida.
Tive que passar o resto do dia ouvindo todo mundo falar sobre amor.
Apresentei 3 seminários, dois deles sobre amor.
Tive que aguentar meu cotovelo doer a manhã inteira.
Sem remédio, sem hospital, sem amor.

Bom Dia.

Estou apaixonada.
Por alguém que sorri pra mim, se importa comigo.
Por alguém que me abraça e me beija no rosto todas as quartas e quintas pela manhã.
Por alguém que me faz sorrir quando eu mais preciso.
Por alguém que é sempre sincero comigo.
Por alguém que me disse uma coisa, que mesmo eu já tendo ouvido mais de mil vezes, dita por ele foi uma das mais fortes que ouvi.
Por alguém que ama outra pessoa, e muito, e a mais tempo.
Por alguém que mesmo amando essa outra pessoa, me abraçou quando eu chorei por ele.
Por alguém que me olha sempre com olhos apaixonados, mas que nunca me enganou.
Por alguém que, tenho a impressão, vou amar por muito tempo.

"Nem tudo que se quer, se tem."

Mesmo assim, eu te amo.