~

"Olhe estes olhos. Escute esta voz. Toque este cabelo. Agarre este corpo. Destrua este coração."

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sou uma frigideira.

Quero me livrar desse sentimento.
Desse amor por tudo e qualquer coisa.
Desse amor em constante desenvolvimento.

Quero me livrar desse sentimento sufocante e sem sentido
Que me faz perder os dias e as horas de vista
Que me faz chorar espontâneamente
Ao menor sinal de adeus

Quero me livrar também do vazio
O vazio que fica quando você vai embora
O oco que ecoa quando você sai.


Não é infantil da minha parte não querer teu corpo
É só que não terei seu corpo mas não seu coração
E é disso que é feito esse sentimento sufocante
Do qual quero tanto me livrar.

E nada disso faz muito sentido.
E faz.

"Dizem que o coração e o corpo são duas coisas diferentes. É mentira. Quando tocam o coração, o corpo também quer ser tocado. E quando repetidamente tocam o corpo, também o coração quer ser tocado."

"Deus, se realmente existe, por favor faça aquele homem feliz. Meu querido e único homem... Por favor."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ode to a friend.

Um sorriso na noite.
Repleto de belo e louco e trêmulo.
As mãos pálidas que marcam minha pele e minha mente
E me fazem querer a dor e a loucura que elas podem me trazer

E então o sorriso morre
Edá lugar á uma força tensa e deliciosa
E uma parede é muito espaço,
Uma parede é suficiente

E então o sorriso volta
Repleto de desejo, urgência e força
E me entorpece e estimula e enlouquece
E segundos depois tudo para.

Tudo para para o sorriso na noite.
Belo, louco, Trêmulo...
Seu. E de mais ninguém.

Três desejos.

Ah seus olhos.
Seus olhos são sérios, centrados, objetivos.
São verdes, tão verdes que fazem frio.
Me fazem arrepiar, tremer, encolher de tão frios.
E então eles esquentam.
E o mar verde que são seus olhos entram em fúria
E me sugam, me arrastam para eles.
E me afogo com gosto neles
E entendo a expressão "olhos de ressaca".

Ah sua voz.
Ah seu jeito lógico, prático, retumbante de falar.
Sua voz é grave, melodiosa e dura.
E tua voz me assusta.
Me convida.
Me chama e guia para a beira.
E eu pulo, sem medo.
E caio com força no chão.


Ah seus braços.
Fortes, marcados.
Sempre tão cruzados e sós.
Eles passam perto, tocam de leve.
E então eles abraçam.
Apertam, engolem, sufocam de um jeito maravilhoso.
E eu morro sem pensar.

E então é só isso.
Só existem teus olhos
Só se ouve tua voz
Só começa com teus braços.
E só termina quando tu queres, Meus três desejos.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Piiiiiiiiii~





Para os caralhos.
Para os caralhos a porra do emprego escravo.
Para os caralhos a porra do vestibular.
Para os caralhos a porra do amor que só sabe doer.
Para os caralhos as motos, maldições feitas de metal pelo próprio diabo.
Para os caralhos a distância que as pessoas insistem em manter.
Para os caralhos os inúteis 18 anos de existência.
Para os caralhos as malditas escolhas erradas.
Para os caralhos essa porra de post.

É isso.
Pronto que se foda agora.

Sun und rain

No mundo daquela garota, nem tudo é escuridão.
Tem dias que chove, tem dias que não.
E mesmo quando chove ela sai.
Ás vezes se molha, ás vezes não.

Quando chove o seu guarda-chuvas está sempre lá, azul.
Quando faz sol, seu cabelo está como sempre, negro.

No mundo daquela garota, nem tudo é escuridão.
Mas ela aprendeu á aceitar e entender o por que de chover
E o por que de fazer sol,
No Mundo daquela garota.

Echo

Coração cruel esse seu.
Agiu sempre de forma fria, de forma que não se ferisse.
Evitou sempre os machucados vãos.
Evitou sempre uma aproximação desnecessária.
Sempre sumiu sem deixar marcas nem dor.

Então porque agora dói?
Porque quando você some, eu procuro, inconscientemente?
Porque quando eu acho, meu coração falha?

Porque você mudou comigo?
Não que eu esteja reclamando, mas porque mudou?
Porque me trata com tanto carinho agora?
Porque me fez te amar tanto assim?

"Olhe estes olhos. Escute esta voz. Toque este cabelo. Agarre este corpo. Destrua este coração."



"Só vai ficar ai e me ver queimar."

Então as coisas aconteceram como o destino quis. Acho que o destino nunca trabalhou pra me fazer feliz realmente, apenas para me fazer forte. E mesmo quando penso nisso acho que talvez esteja ficando mais fraca em vez de mais forte.
Então as coisas aconteceram como o destino quis. Um dia que prometia ser um dos piores, tornou-se um dia dos piores cheio de promessas. E as promessas viraram vigas de sustentação. E quando eu as vi assim, quando as ouvi, quando as entendi... Elas caíram aos meus olhos.
Então mais uma vez minha maquiagem foi maculada. E doía como sempre. E eu não queria que essas vigas caíssem por que eu, mais do que nunca, precisava delas.

"Baby não chore
Foi apenas um corte
A vida é bem mais perigosa do que a morte
Suporte, oh, baby, suporte."

Por que o destino sempre tenta me fazer mais forte?
Eu não quero ser forte, quero ser salva.
Mas você só vai ficar ai, me olhando queimar.

sábado, 17 de julho de 2010

Hysteria - Muse

-Bom, ultimamente eu estou ouvindo essa música em loop. Realmente tenho sentido vontade de gritar alguns trechos dessa música, por que esses dias eu realmente tenho estado Histérica.


It's bugging me
Grating me
And twisting me around

Yeah I'm endlessly
Caving in
And turning inside out

'Cause I want it now
I want it now
Give me your heart and your soul
And I'm breaking out
I'm breaking out
Last chance to lose control

Yeah It's holding me
Morphing me
And forcing me to strive

To be endlessly
Cool within
And dreaming I'm alive.

'Cause I want it now
I want it now
Give me your heart and your soul
And I'm breaking down
I'm breaking out
Last chance to lose control

And I want you now
I want you now
I feel my heart implode
And I'm breaking out
Escaping now
Feeling my faith erode

terça-feira, 22 de junho de 2010

Esse Cara.

Ele surgiu.
Ele esperou por muito tempo, e de repente, Surgiu.
E no começo eu me mantive alheia a ele
'É igual á todos os outros' pensei.
E ele era.

Mas então ficou importante.
De repente eu quis emagrecer, quis mudar o cabelo, quis melhorar meus modos, por que me importa o que ele pensa.
Me importa o sorriso dele.

E me encanta o quão inteligente e talentoso ele é.
Me encanta o jeito que ele me abraça e pega minha mão.
E me encanta o modo como ele faz com que tudo tenha graça.
E é incrível como eu não quero que acabe, e ao mesmo tempo quero.

E é incrível como em apenas alguns dias, ele já me tem completamente.


"Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Com os olhos de um bandido"
(Esse Cara - Caetano Veloso)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

No Title.

Abra suas mão para receber minha mente.
Abra sua mente para receber minhas mãos,
Cheias de idéias, cheias de ideais.

Abra seu coração para as pessoas,
Que te amam, que te odeiam, que te notam.
Abra seu coração, com sinceridade uma vez.

Abra seus olhos para entender os meus,
Os deles.
Abra seus olhos para que eu os possa ver,
Me enxergando, e mudando de cor.

Abra seu tempo para mim.
Vou fazê-lo durar e valer cada segundo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Parabéns adiantando.

Amanhã é aniversário Dela. Da pessoa que me ama como eu sou, que me escuta quando eu estou um porre, que me acompanha fazem alguns anos. Na verdade eu acho que eu a acompanho por que Ela tem muito mais coração, doçura, solidariedade e personalidade que eu. Ela é a prova de que o mundo não é justo. Ela tem uma das famílias mais complicadas que eu já conheci, pior até que a minha, mas nunca se revoltou, nunca sequer levantou a voz para algum deles (mesmo eu mesma já o tendo feito). E eles merecem, muito.E Ela nunca se revoltou. E eles continuam do mesmo jeito.
Ela é meiga, engraçada, Ela é o que me salva da total escuridão, da total falta de escrúpulos. Toda vez que penso em fazer merda, penso: ' Ela vai me matar quando souber disso!', e na maioria dos casos não faço por isso, por Ela. E quando faço, Ela me dá esporros por isso. E eu aprendo com isso, e não faço mais.
Eu sou uma péssima cantora, mas um dia eu cantei com Ela perto e Ela disse: 'Clara você pretende cantar pro seus filhos?', eu respondi que sim e Ela sorriu e disse: ' Ah queria ser sua filha, pra você cantar pra mim também.'. Eu não preciso dizer o quanto isso significou para mim e como vai significar para sempre. Se eu pudesse eu cantaria para Ela quantas vezes ela quisesse. Se eu pudesse eu daria tudo á Ela, por que ela é tudo que eu tenho.
Eu a amo muito. Devo tudo á Ela. Agente se liga todo dia, e não falta assunto. Ela sempre me faz rir quando eu preciso (quando eu não preciso também né Vams?), sempre me ajuda quando eu estou mal, me abraçou como ninguém nunca tinha feito quando eu chorei, e para sempre vou ser grata á ela. Foi com ela que eu entendi o que é amar alguém apenas por amar. Não por sexo, não por dependência. Por amar. E amar sobre tudo e muitos.
Não existem palavras para que eu possa expressar bem o que eu sinto por Ela. Nós duas juntas somos o conceito de amizade vivo. Não precisamos de palavras para nos comunicar, não existem garotos pelos quais nós briguemos. Existem conflitos, existem discussões, existem diferenças. Existe, porém e acima de tudo, equilíbrio entre nós. E amor.

Então hoje, dia 10 de Junho, véspera de um dos dias mais importantes para mim eu digo:

Vanessa, eu te amo.

Sem mais, nem menos. Eu te amo. E vou estar aqui sempre e cada vez que você precisar.Deal with that.

Parabéns adiantado. (:


terça-feira, 8 de junho de 2010

Queria...

Eu queria ser mais egoísta.
Eu queria poder gritar com a namorada de alguns amigos meus, por ter ciúme deles.

Queria ser menos justa.
Queria reclamar quando alguém toma minha frente em algum lugar, mesmo que eu mesma já o tenha feito várias vezes.

Queria ser menos gentil.
Queria não me preocupar tanto quando alguém que eu nunca vi na vida cai no chão e eu corro pra ajudar.

Queria ser mais fria.
Queria não chorar quando desde o começo, eu sabia que estava sendo usada.

Queria ser uma péssima filha.
Ficar bêbada por ai, mandar meus pais se ferrarem, sair de casa a hora que me desse na telha.

Queria ser menos submissa.
Mandar minha mãe ir pro inferno quando me mandasse ir da escola direto pra casa, ou mandar meu pai ir pro inferno quando ele me manda calar a boca.

Queria ser menos parecida comigo.
Quem sabe assim eu não fosse condenada a viver sozinha pra sempre?

Mas nem tudo que se quer é o que se tem.

Queria não ser tão conformada.
Nem tão esperançosa.


Ela

E ela chorou como não fazia havia tempo.
Ela se entregou ao desespero, como não fazia á anos.
Ela entendeu que ficaria só, pelo resto da vida.

Ela se perguntou quando começara a se esquecer,
Se esquecer de quem realmente é, ou era.
Ela se perguntou se não podia voltar mais atrás.

Ela se encolheu num canto, pedindo por um fim.
Por um momento ela se deixou desesperar, chorar, tremer.
Por um momento ela se permitiu soluçar, fazer algum barulho.

E então ela parou. Soluçou, uma última lágrima.
Ergueu a cabeça e mesmo com um nó na garganta aceitou seu fim.

Por que só colhemos o que plantamos?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bons Tempos.

Atenção. Essa é apenas uma passagem de um texto no qual eu venho trabalhando. Como já foi citado nesse blog escrevo mais para mim que para os outros, então não fique sentido com o conteúdo disso, e nem espere demais pelo contexto. Ficou a dica.

* * *

Minha vida no colégio é, e sempre foi uma verdadeira merda. Onde eu moro não existe esse de popular e não popular. Existem grupos. Existem os Emos, os Gays, os Gaga’s, os revoltados, As patricinhas e mauricinhos, os excluídos e o resto. Normalmente ou eu estou no grupo dos excluídos ou do resto (graças á Deus), mas não é isso que eu acho uma merda. Acho uma merda ter que acordar todo dia de 5h15, pegar uma Van (que num dia bom está só lotada), passar 45 minutos dentro da Van, chegar ao colégio xexelento e ouvir um:

-Mulhé, você não sabe! –sendo que eu sempre sei. Ela ouviu de alguém que alguém brigou com alguém e terminou com alguém por que alguém traiu alguém com alguém. O de sempre, o de praxe.

-Sério o que foi que aconteceu? – Não eu não sou falsa. Sou apenas sociável.

-Fulano me disse que cicrano brigou com beltrano e terminou com cicrano porque fulano traiu beltrano com a Xuxa. – “cara de espanto”

-Sério? – “cara ilustrativa de espanto” - Nossa, que merda ein?

E esse é o começo do meu dia. Divertido não? Bons tempos que eu estudava com a Mitsu e o assunto da manhã era: “-CARALHO A SAKURA CONSEGUIU PEGAR A CARTA DO GELO!”, ou “CÊ VIU O ED ONTEM? ELE TRANSMUTOU UMA PORRA DE UM MURO INTEIRO!!". Bons tempos.

domingo, 23 de maio de 2010

Dama

A dama dos meus sonhos me guiou pelo escuro,
Mais uma vez hoje.
Me mostrou a tempestade que eu esquecera,
Os gritos que ouvira antes,
As borboletas azuis em seus vôos debilmente felizes.
Me deu um novo ar pra respirar,
E mostrou em meus sonhos, um sorriso que eu nunca esperara ver,
Que eu nem sequer imaginara,
E que trouxera á meu novo ar, um novo gosto,
Uma nova cor.
Me deu um novo sonho pra sonhar.
Com mais cores, com mais vidas e mais esperanças.
Não sei o significado dele,
Mas é melhor que sonhar com a loucura, com a qual eu costumava sonhar.

Voltando das Trevas

Andei meio sumida (ou .) por que andei (mais uma vez) tendo (mais um) dos meus momentos maníaco-depressivos. Andei pensando em sair de casa, me mudar de cidade, Pintar o cabelo de uma cor esquizofrênica, essas coisas que acontecem com todo mundo pelo menos uma vez na vida.
Sofri mais uma maldita desilusão no amor, mais uma matéria em recuperação, essas coisas maravilhosas da vida que fazem você encher os pulmões de ar e falar um belo, sonoro, claro e audível: Que merda ein.
E eu estava assim até ontem. Não sei se foram as quase quatro horas seguidas de Rock Band que eu joguei, não sei se foi ter dado carinho á um amigo (coisa que me faz ficar feliz) ou se foi mais uma das minhas curas espontâneas, mas milagrosamente eu retornei das trevas [?] em que me encontrava.
Ou não.
Enfim, estou feliz, radiante e sem motivo.
Espero que isso, esteja, ou um dia, possa acontecer com você.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Garoto de Branco

Estava com fome, com sol forte na nuca, com dor de cabeça.
Podem ter sido essas as causas da alucinação. Alucinação, sim.
Seria impossível que uma pessoa estivesse ali, onde eu o vi.
Ou melhor, onde vi uma alucinação.
Se fosse humano, se existisse teria sido no mínimo, belo.
O que eu vi em uma fração de segundos era, no mínimo, belo.
Alto, de cabelos escuros, sentado em cima do gelo baiano que divide as pistas em frente á uma igreja evangélica do tamanho de um shopping. Todo vestido de branco.
Por uma fração de segundos (a mesma em que o imaginei) pensei ter ouvido um cantarolar melodioso entro o barulho dos carros e do ônibus velho e sujo em que eu estava. Por um momento.
Então evaporou, naturalmente como uma simples alucinação.
E eu me questionei, teria sido uma alucinação realmente?
Sim. Talvez eu quisesse acreditar que não, mas foi.
E assim eu continuei com fome, com sol forte na nuca, com dor de cabeça e pior, com uma alucinação que mais parecia uma lembrança que uma alucinação.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Estou Cansada.

Estou cansada de tudo.
De escrever
De pensar
De chorar
De falar.

Cansada de fazer
Rever
Ler
Estudar
Ajudar
E não ter recompensa alguma, nunca.

Estou cansada de Lutar
De pedir
De implorar
De me humilhar
Para nada.

Estou cansada de perguntar 'o que eu devo fazer?'
Estou cansada de desabafar 'por que, Deus?'
Estou cansada de ouvir 'Vai dar certo (eu sei)'
Estou cansada de borrar meus olhos pelos meus pais
Estou realmente cansada
E estou cansada de estar cansada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Na geladeira, estão anotados...

"Come dowsed in mud, soaked in bleach
As I want you to be
As a trend, as a friend, as an old memory."
(Kurt Cobain)

"Mama take these guns away from me
I can't shoot them anymore
This long black cloud is following me
Feels like I'm knockin' on heaven's door."
(Bob Marley)

"A drink,
For the horror that I'm in
For the good guys and the bad guys
For the monsters that I've been
Three cheers for tyranny
Unapologetic apathy
'Cause there ain't no way that I'm coming back again."
(My chemical Romance)

"Eu queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim"
(Frank Jorge / Marcelo Birck)

"Quando alguém vier pra te mudar
Lembra bem, que o seu olhar
Apesar de grande ainda tem cor
Como um desenho seu
De um homem, que era melhor
Tem cor."
(Sérgio Filho)

"Fique a vontade meu bem, sinta vontade de ficar
Não tenha pressa quem sabe aqui é seu lugar
Me mostra tua coragem, vai leve tudo de mim
Apague os passos da estrada, tente nem se quer lembrar
Daquele nosso tempo, o qual era tão fácil amar."

"E se você quiser e vier, pro que der e vier comigo
Eu posso ser o seu abrigo
Mas e se você não quiser, me nego à todo e qualquer castigo
Mas só quero que saiba meu bem...
Te levo sempre comigo."
(Andréa Martins)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Querida Margot,

Como vão as coisas por ai? Espero que estejam bem.
Bom, por aqui estamos em épocas de chuvas, por dentro e por fora. O céu está com essa péssima mania de me roubar as dores e as lágrimas. Gostaria de conseguir ter uma conversa séria com ele sobre isso, mas ultimamente ambos estamos caindo no choro.
Sobre aquele Sol... Ah ele nos andou castigando furiosamente por um tempo, mas agora fez favor de desaparecer e me deixar com esse céu tão temperadamente temperamental.
Ah querida Margot, estive estando apaixonada nesses dias, mas como á essa altura você já deve ter suposto, era mais uma daquelas paixões onde só eu amo. Mas estou lidando bem com isso desta vez. É como se eu tivesse ficado cansada demais para lutar por ou contra isso. Estou apenas esperando dessa vez, pelo que eu não sei bem.
Aquele colégio é imprevisível amiga! Quem diria que algumas pedras-sabão sabiam brilhar com tanta luz? Eu queria que as visse. Isso me lembra o quanto ele brilha, e que foi lá que eu o conheci.
Não me leve á mal Margot, mas por que comigo as coisas tendem a ser sempre desta forma? Por que é normal que eu ame com todas as minhas forças alguém que não me ama, e rejeite com estas mesmas forças alguém que me ama incondicionalmente?
É Margot, minha carta acaba por aqui hoje. Espero que esteja se divertindo onde quer que esteja.


PS.: O céu é temperamental e tem seus defeitos, mas chorando minhas lágrimas, ele faz-me um grande favor. Mas provavelmente não me faz bem algum.

Com Carinho,
Sua amiga antiga.






-Esperança: Tinha conhecimento de que a minha seria a última a morrer, mas tinha esperança que ela morresse um dia.

Espectro da noite.

Ontem, do meio da chuva, no começo do meu sono, durante o som de um raio, ele chegou.
Entrou pela minha janela, atravessou as grades e, molhado da chuva, sussurrou:

-Dá-me abrigo por hoje, sim?
-Sim -Sussurrei também.
-Como te chamas?
-Clara, me chamo.
-Olá, posso eu chamar-te assim também?
-Sim, faça sua vontade.
-Clara... Olá. Sou o espectro.
-Por que na chuva?
-Por falta de dor. A dor me alimenta, onde está a sua dor?
-Está ali, encolhida. vê?
-Sim, vejo. Permitiria devorá-la?

Doeu-me um pouco a idéia de deixá-la ir, Seria ela lutando contra a morte iminente? Permiti ao espectro que se servisse de minha dor. Ele a devorou. E me senti bem com isso, calma, serena. A dor foi embora, só ficou o espectro.
Ele passou o resto da noite me ninando com canções calmas, guiando meus sonhos para longe dos pesadelos, e foi-se embora ao mínimo sinal da luz da manhã.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Choveu hoje.

Por que choveu hoje? Tão bem, Tão forte.
O céu estava realmente escuro.
A água não me purificou.
Tirou minha pouca maquiagem, me manchou os olhos.
Me manchou o momento, o segundo.
E não lavou a dor, apenas a manchou.
Como se eu fosse uma pintura em aquarela.
Aquarela cinza e negro.
E me manchou, a água da chuva.
Sem azuis, ou amarelos.
Manchou meu cinza e preto, que eu cuidei pra não secar demais no sol.
Limpou meu passado, sujo.
Sujou meu futuro, limpo.
Manchou meu presente, cinza.
E me esvaziou novamente, pra quem sabe talvez, uma cor mais alegre.
Quem sabe, talvez.

Eu.

Eu poderia continuar reclamado da minha vida medíocre.
Eu poderia transferir minha vida medíocre para uma psicopatia de alto nível.
Eu poderia me tornar uma psicopata tão agressiva e cruel, que nem minha extrema aversão á sangue iria me impedir.
Eu poderia esquartejar as pessoas que ferram com a minha vida sem dó nem piedade.
Eu poderia dar os pedaços dessas pessoas para os cachorros comerem.
Eu poderia dormir melhor se fizesse isso.
Minha pele não teria os cravos e espinhas que tem.
Mas não.
Eu paro de reclamar da vida ás vezes, é só ter paciência.
Eu sei controlar meus traumas e medos, por isso não sou uma psicopata.
Eu odeio sangue, de todas as formas possíveis.
Eu não esquartejaria uma pessoa (que não merecesse ao menos)
Não daria uma pessoa que mereceu ser esquartejada para os pobres cães.
Eu não dormiria melhor com isso.
E minha pele teria mais cravos e espinhas, provavelmente.

Stefan Yohansson da Silva Areeira Pinto

Eu tinha um anjo chamado Stefan.
Quando eu caí e ninguém mais me segurou, ele estava lá.
Fazendo bichos na sombras comigo.
Sumindo repentinamente e voltando são e salvo.
Me fazendo chorar no meio da rua.
Detectando erros gramaticais gravíssimos em tampas de fossas.
Me deixando extremamente preocupada.
Me permitindo chorar em seu ombro.
Me abraçando forte.

Ele surgiu no meio de uma multidão.
Um anjo.
Beijou minha mão.
Me fez me sentir viva.
"Marley e Eu"
Ele me fez sonhar e sorrir.
Ele me acordou de madrugada.
Ele quase dormiu aqui.

E então sumiu.
E sim, ele existe.
E sim, eu preciso dele.
E se ele estiver lendo isso vai notar,
que eu estou na 'FOSA' e preciso de uma corda,
um anjo, chamado Stefan.







"Me pergunto quando isso começou...
E no presente estar como irá acabar."
(Clara e Stefan)




Me esqueci.

Lá na esquina. Vai ver se estou lá.
Na chuva, chorando, como sempre.
Talvez eu tenha me esquecido lá.
Na casa dela. Vê se me encontra por lá.
Rindo, gritando, como sempre.
Na escola. Não esqueça de olhar lá.
Depois daquele 'Melhor Amiga'.
No ônibus. Quem sabe não estou lá?
Olhando pro nada, com aquela dor.

Não sei onde me esqueci.
Mas tenho certeza, não cheguei em casa.

Bom dia.

Acordei com chuva na minha cabeça.
Levantei com frio e meu chuveiro queimou.
Fissurei meu cotovelo numa quina de porta.
Levei o dobro do peso na minha bolsa por causa de 3 seminários que tinha pra apresentar hoje.
Desci na parada errada.
Quebrei meu guarda-chuvas na parada errada.
Andei duas ruas na chuva.
Caí na entrada molhada do colégio.
Meu melhor professor faltou hoje.
Tomei o maior fora da minha vida.
Tive que passar o resto do dia ouvindo todo mundo falar sobre amor.
Apresentei 3 seminários, dois deles sobre amor.
Tive que aguentar meu cotovelo doer a manhã inteira.
Sem remédio, sem hospital, sem amor.

Bom Dia.

Estou apaixonada.
Por alguém que sorri pra mim, se importa comigo.
Por alguém que me abraça e me beija no rosto todas as quartas e quintas pela manhã.
Por alguém que me faz sorrir quando eu mais preciso.
Por alguém que é sempre sincero comigo.
Por alguém que me disse uma coisa, que mesmo eu já tendo ouvido mais de mil vezes, dita por ele foi uma das mais fortes que ouvi.
Por alguém que ama outra pessoa, e muito, e a mais tempo.
Por alguém que mesmo amando essa outra pessoa, me abraçou quando eu chorei por ele.
Por alguém que me olha sempre com olhos apaixonados, mas que nunca me enganou.
Por alguém que, tenho a impressão, vou amar por muito tempo.

"Nem tudo que se quer, se tem."

Mesmo assim, eu te amo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sinal Fechado

"– Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...
Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus! "

Chico Buarque

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Delírios de um Coração Dolorido

-A música me fez lembrar subitamente você. De repente seu cheiro invadiu minha casa, cada cômodo, cada canto. Então, por instantes, pensei que você estivesse aqui… Engano meu, talvez uma sobra da sua presença, do seu desejo, mas Você, não, você não estava aqui.

-E então meu coração morreu. Assim naturalmente como cai uma folha no outono. Silenciosa e calmamente ele morreu. O Silêncio do ar, o adeus dos sentidos… Senti-os calmamente. Não havia motivo para desespero. Não havia remédio. O que era para ser seria, quisesse eu ou não. Porém você não me deixou ir, sua voz despertou o Ar e os Sentidos me fazendo voltar das trevas em que me abrigara.

-As paredes da minha casa possuem vida. Cada parede possui voz. Cada voz me lembra algo. Essas paredes possuem às vezes, mais vida que eu. Elas na verdade, possuem minha vida, em pedaços, em cacos e quando eu me for apenas elas ficaram, com suas vidas, suas vozes e Minhas lembranças.

-A saudade começara a destruir a casa com seus gritos. A Solidão escorria pelas rachaduras nas paredes. A Dor que sempre estivera aqui sentada me observando, agora se levantara e me encarava com um sorriso diabólico.

-Ah, o doce olhar da menina. Ela se balançava debilmente no balanço enferrujado. Cantava uma cantiga que eu um dia também soubera, mas que agora já apodrecia na minha cabeça. Ela com seus longos cabelos negros chorava lágrimas de sangue e girava a cabeça da boneca que jazia em seus braços. ‘Desespero… ’ Sussurrei para mim mesma, ‘Me chamou? ’ sussurrou a garota de volta. Era o fim da Esperança nos braços do Desespero.

-Naquele dia negro eu vira um rapaz na chuva. Olhando pro céu com olhos inexpressivos. Não sabia se chorava ou não, as lágrimas se misturavam á chuva. Segurava entre os dedos um delicado relicário. Aproximei-me dele e o ouvi sussurrar para a chuva ‘Como a Doce Morte’. Ah minha doce e companheira, Morte.

Lady Caos

Os Botões

Meus botões falaram comigo.
Pensei que estar louca por falar com eles, mas acho que estava louca por tê-los ouvido responder.
E responderam com uma coerência digna de um acadêmico.
Estranho, vindo de simples botões de plásticos.
Se fossem de Madre-pérola, talvez achasse 'normal', mas de simples botões plásticos?
Sempre os achei extremamente superficiais.
Os botões das minhas blusas de tecido sempre pareceram sérios e elegantes,
Os das calças jeans, tão duros e vazios.
Mas eles falaram.
E falaram mais perfeitamente que os Zíperes.
Esses eram brocos. Falavam errado e não diziam nada.
Preferi quando os botões de plástico falaram comigo.
E falaram comigo com uma coerência digna de acadêmicos.
Meus botões falaram comigo.

Lady Caos

Cotidiano

Todo dia ele faz tudo sempre igual,
Pega o mesmo o ônibus ás 6h da manhã,
Me ignora total e completamente
E nem me dá bom dia de manhã.

Todo dia ele faz tudo sempre igual,
Passa o cartão quase ao mesmo tempo que eu,
Pega um café e se enfia num livro,
Me pergunto se ele um dia notou que eu existo.

Todo dia ele faz tudo sempre igual,
Ao sair vai para um lugar que eu não vou,
Segue sempre uma rua contrária a minha,
Mas sempre me encontra no caminho.

Todo dia ele faz tudo sempre igual,
Ajeita os óculos no nariz,
Lê a nova edição de sua revista,
E ri baixo, um sorriso doce.

Neste dia ele não fez tudo bem igual,
Desceu no mesmo ponto que o meu,
Me tocou o braço calmamente
E finalmente perguntou-me quem sou eu.


Lady Caos

Lugares, Perfumes, Pessoas.

Existem lugares que me fazem lembrar, pensar 'o que aconteceu?'. Existem lugares que me fazem cantar alto, músicas que não sei direito. Existem lugares que me dão nós na garganta, de tão belos ou de tão vazios. Existem lugares que me fazem querer correr e rir. Existem lugares que só pelo fato de existirem me trazem paz. Existem perfumes que lembram pessoas. Existem perfumes que me lembram lugares. Existem perfumes que me lembram acontecimentos. Existem perfumes que me fazem chorar, de tão nostálgicos ou de tão ruins. Existem perfumes que me fazem querer correr e rir. Existem pessoas que me lembram pessoas. Existem pessoas que me lembram lugares. Existem pessoas que me feriram. Existem pessoas que curaram minhas feridas.Existem pessoas as quais feri. Existem pessoas que me abandonaram. Existem pessoas que me aceitaram de braços bem abertos, e outras com braços nem tão abertos assim. Existem pessoas que me marcaram. Existem pessoas as quais marquei. Existem pessoas que me apóiam. Existem pessoas que se apóiam em mim. Existem pessoas que me inspiram. Existem pessoas com as quais eu sonho, com as quais convivo, as quais ignoro.
Existem pessoas.
Existem cheiros.
Existem Lugares.
Existo eu e você.
Existimos nós, vós e eles.
E daí?


Lady Caos
E o sorriso congelou, na veia do tempo
foi, voltou, desalento.
O sorriso passou, violento
Olhou, sorriu, passou no vento.

O olhar notou, um futuro frio
Nos dias, nos meses, nos fios.
O olhar parou, um tanto vazio
Teria sido aquilo, um assobio?

Os sons cessaram, abruptamente
Me doeram os ouvidos.
O silêncio se vestiu de branco,
Se vestiu de vidro.
E então foi-se embora, quebrou-se
num grito.


Lady Caos

Todas as cartas de amor...

Fernando Pessoa
(Poesias de Álvaro de Campos)


"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Álvaro de Campos, 21/10/1935"

Mudanças.

"Hoje eu vou mudar.
Vasculhar minhas gavetas,
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos.

Fazer limpeza no armário,
Retirar traças e teias
E angústias da minha mente.
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas,
Deixar de ser menina
Pra ser mulher!

Hoje eu vou mudar.
Por na balança a coragem,
Me entregar no que acredito
Pra ser o que sou sem medo.

Dançar e cantar por hábito
E não ter cantos escuros
Pra guardar os meus segredos.
Parar de dizer:
'Não tenho tempo pra vida'
Que grita dentro de mim
Me libertar!

Hoje eu vou mudar.
Sair de dentro de mim
E não usar somente o coração,
Parar de cobrar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão!

Voar livre,
Com todos os meus defeitos
Pra que eu possa libertar
Os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões!

Hoje eu preciso
e vou mudar.
Dividir no tempo
E somar no vento
Todas as coisas
Que um dia sonhei
conquistar,

Porque sou mulher
Como qualquer uma
Com dúvidas e soluções
Com erros e acertos
Amor e desamor.

Suave como a gaivota
E ferina como a leoa
Tranqüila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária!

Feliz e infeliz
Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião,

Porque sou mulher
Com todas as incoerências
Que fazem de nós
Um forte sexo fraco!"

(Vanusa)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Crônicas de Pandora: Titulo II

Pedro corria pelas ruas estreitas do subúrbio da ala leste de Wonders. A arma no cós da calça não ajudava na corrida, mas ajudaria se precisasse parar de correr. Os gritos e passos dos guardas da marinha atrás dele davam uma espécie de força pra que ele aumentasse a velocidade e sumisse da vista deles. Subiu uma escada de emergência e sentou arfante no telhado do prédio. Ele olhou para baixo e riu consigo mesmo ao ver os guardas coçando as cabeças irritados por tê-lo perdido de vista. Roubar aqueles lençóis do Quartel da Marinha para dar aos mendigos da ala leste foi uma brincadeira que quase lhe custou o cu. Mas valeu a pena ver aquela família feliz em seu esconderijo, com lençóis novos.
Pedro encarou o céu azul por mais um tempo, olhou novamente pra baixo pra ver se os guardas já tinham ido e desceu. Ele morava do outro lado da cidade, na ala oeste, mas sempre saía do seu distrito para ajudar quem precisasse. Desde garoto ele era assim, um dos poucos humanos com algum senso de auxílio e amor pelo próximo.
Ele estava na metade do caminho quando de repente os carros nas pistas começaram a bater, capotar, parar. As motos caiam sem motoristas, e os capacetes sem cabeças pra proteger rolavam pelas pistas. Um avião desabava ao longe e um helicóptero caiu a centímetros de onde Pedro estava. Ele estava em choque. Onde estavam as pessoas que guiavam esses meios de transportes? O que diabos estava acontecendo?
As calçadas segundos antes lotadas, agora estavam vazias e frias. O silêncio das vozes fez com que Pedro se arrepiasse. As pessoas simplesmente sumiram, desapareceram no ar. Por que elas sumiram? Por que ele não sumira também? Por que os carros e motos e aviões e helicópteros não sumiram também? A cabeça de Pedro estava a mil.
Sentiu-se tonto, sentou no chão com a cabeça entre as pernas. "Quem sabe eu não estou viajando?" Pensou ele. Levantou a cabeça lentamente. Só nada. Carros batidos, incêndios e algumas pequenas explosões, mas nada de vida humana. Pedro sentiu um aperto no peito seguido de um enjôo. Sua família? Desaparecera também? Levantou-se de súbito, pegou uma moto na pista e foi pra sua casa.
Ao entrar no distrito viu alguns cavalos e sua esperança ganhou força. Talvez sua família estivesse bem, estivesse lá. Talvez não. Pedro chegou em casa, abriu a porta e Não, Nada. Em lugar algum, de modo algum. E depois de vomitar e chorar Pedro desejou ser nada, como sua família era agora.

Crônicas de Pandora: Titulo III

Pandora desabou. Como Dr. Hatter pôde ter feito isso com ela? Ele sabia o que aquilo era, ele sabia o que tinha dentro, e mesmo assim, sem pena, o dera de presente á Pandora. Ela não conseguia entender. Olhou para o vestido de noiva e se permitiu esquecer de todos os outros que tinham sido afetados pela caixa. Olhou para o vestido e lembrou de tudo que vivera até agora. Lembrou-se do seu noivo, dos seus pais, da sua família. Por que de repente tudo, desaparecera no ar? Ela sentia as forças se esvaírem e a garganta não tinha mais forças pra soluçar. Levantou-se capengando, agarrando a única coisa que lhe restara: o bilhete. Saiu e a secretária, Hera, desaparecera. Assim como todos os outros do hospício."Desgraçados." Sussurrava Pan, caminhando mole para fora do lugar.
Vazio. Silêncio. Pan se sentiu a última pessoa no mundo. E talvez fosse. Ou talvez não. Desistiu de chorar e pensou nisso como uma esperança. "E se a caixa afetou apenas Cheshire? E se outras cidade ainda estão intactas?" Pan largou o bilhete e agarrou-se á isso com todas as suas forças.
Pegou um carro na rua e dirigiu até sua antiga casa. Vazia e silenciosa como todo o resto. Trocou de roupa, queimou o vestido, fez algumas malas, fez alguns lanches e ganhou a estrada. Chegou na primeira cidade ao amanhecer. Alguns animais, alguns acidentes, alguns incêndios, nenhum corpo, ninguém vivo. "Invadiu" um hotel 5 estrelas e tentou dormir. Tentou...

"-Olha amor, o doutor Hatter me deu um jarro com temas gregos. É lindo todo em mármore, você não achou?
-É bonito mesmo... olha que legal amor, tem a história de pandora talhado nele...
-Ele me pediu para não tirar a tampa dele...
-Ué por que?
-Não sei, mas por via das dúvidas, não vou tirar. Não agora pelo menos..."

"-Pan o que está fazendo? Temos que ir, seu noivo está esperando!
-Já vou... só vou... abrir isso aqui e..."

-AH! - Pan acordara do sonho/lembrança.

Sentiu-se culpada, sufocada, triste, irritada, só. Como uma merda de jarro pode destruir tanto? Não deveria ter aberto aquilo. Ela sabia bem disso.
Ligou a Tv na esperança de alguma esperança e nada. Em canal algum. Alguns chiavam, outros tinham um cenário de jornal vazio. Mas nem sinal de vida. Pegou o celular e ligou para todos os números contidos nele. Nem as operadoras de telemarketing estavam mais lá. Pan não tinha mais sentido, nem objetivo. Não tinha idéia do que faria dali a frente.
De tão cansada adormeceu. Acordou no outro dia determinada a encontrar mais algum "sobrevivente". Nem que para isso fosse preciso dar a volta no país.

Crônicas de Pandora: Titulo I

Até mesmo os barulhos do dia-a-dia, que normalmente se fazem altos, aquela noite estavam histéricos. Os alarmes dos carros doíam nos ouvidos, mais altos que nunca. As buzinas sendo tocadas infinitamente, sem pausa. As gotas de chuva nos vitrais da Igreja não perdiam em nada para o som de balas. Os sinos, os sons que Pandora mais precisava ouvir, eram os únicos calados. E era esse silêncio em especial o que mais doía. Pandora correu para fora da igreja, para o meio da chuva bruta. Tinha um lugar que ela precisava ir.
Os 'toc-toc' dos saltos em fuga pareciam urrar desesperados. A barra do vestido, antes branca, agora tornara-se negra de lama e pressa. Ela não imaginara que as coisas tomariam tal rumo. Não imaginara que seu casamento fosse dar tão errado. Talvez acontecessem alguns imprevistos, mas o que acontecera fora um tanto imprevisto demais para Pandora. O vestido agora pesava 6 quilos de puro Cetim e chuva. Ela se amaldiçoava aos prantos por ter escolhido aquele vestido. Mas que culpa tinha ela? Nunca iria imaginar que ia acontecer o que aconteceu. Nunca mesmo. E ela se amaldiçoou mais por ter aceitado aquele presente, por tê-lo aberto, por ter ouvido um médico de loucos tão louco quanto eles. "Como eu escapei?...Não queria ter escapado!" Repetia ela para si mesma enquanto corria pelas ruas desertas. Os carros alarmavam vazios, as buzinas tocavam sozinhas, motos, ônibus, batidas... Quantas pessoas teriam sido afetadas?
Pandora estava tão perturbada que ignorou os carros, as motos, os ônibus e seguiu correndo aos prantos pela cidade fantasma. Seguiu correndo para o único lugar que poderia ter uma resposta "lógica" para tudo aquilo: Cheshire's Psychiatric hospital. Sim, um Hospício.
Pandora entrou ofegante no hospital. Estava quase vazio, mas desde que Pandora começara a trabalhar lá era assim. Apenas os médicos, funcionários, um ou dois loucos. Era assim. E estava assim quando Pan entrou. Ela olhou para a secretária Hera e se perguntou: "Por que tudo num raio de sabe-lá-Deus-quantos quilômetros foi vaporizado menos essa merda de lugar?". Dirigiu-se até a secretária prepotente e perguntou-lhe pelo Dr. Hatter, psiquiatra renomado da cidade. Hera indicou-lhe a sala e, com um sorriso perturbador perguntou: -Gostou do presente Pan? Pan olhou-a com desprezo e respondeu: - Vai pro inferno.
Pan atravessou a sala determinada, agarrou a maçaneta trêmula e entrou congelada. Dr. Hatter jazia imóvel e pálido como um mármore sobre a mesa. Estava vendado, com uma adaga enfiada na cabeça, morto.
Pálida, Pan notou que sobre a mão do médico havia um papel com os dizeres:

"Você não deveria ter aberto a caixa, Pandora.
Hatter."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Minha mãe tá me tirando, mano.

Já não bastava o fato de a minha mãe ter orkut, MSN, facebook, twitter e jogar "O Jogo", agora ela deu pra falar "Sciome", "Tr00", "Manolo" e outros. Não que eu me incomode com o fato de ela ter aderido a inclusão digital, mas me chamar de "Mermão" foi demasiado desnecessário ein.
Ela já me bateu jogando o jogo do carro amarelo, quando eu falo 'Perdi' ela me xinga por que perdeu também, quando eu vou desligar ela diz "Falou" e ontem ela me chamou de "Mermão". É, pode rir. Não foi com você.

Eu cheguei do colégio morta de cansada e morrendo de fome. Eu tenho estado bem abalada com uns probleminhas ai, então estava meio fora do ar. Entrei em casa tropeçando e ela começou a rir perguntando se eu estava bêbada. Respondi que sim e ela riu. Entrei troquei de roupa e almoçamos como sempre.
Depois do almoço liguei o computador e quando ia abrir o MSN ela bateu no meu ombro e falou:

-Cê num quer lavar aquela louçinha não... MERMÃO?

A palavra ecoou na minha cabeça. MERMÃO. MERMÃO. MERMÃO. Com quem a minha mãe tem andado? virei pra ela perplexa e ela repetiu.

-Ein Mermão?

De novo. MERMÃO. MERMÃO.

-mãe, com quem você aprendeu esse palavreado?
-com você.
-ah tá então.
-vai lavar sciome?
-vou né boe.

Legal, invertemos os papeis. É capaz de um dia desses ela mandar um 'Abença mãe' quando eu estiver saindo. rs


Misfits





Eu assisto algumas séries.
Algumas são boas, outras não. Eu estou vendo Supernatural e Glee, e como ainda estão lançando os episódios eu fiquei sem ter o que ver essa semana. Resolvi procurar séries no random e encontrei essa série chamada Misfits. É a primeira série Britânica que eu já vi e nossa como eu odeio aquele sotaque. O enredo é bem malhado, sobre alguns adolescentes que são atingidos por um raio descobrem que tem poderes (ah que novidade...). O diferencial da série não são os poderes, sim o cenário em que se passa a maior parte da história (um centro comunitário) e os personagens em si. Alguns deles são totalmente perturbados, outros muito racionais. E não espere por gostosas nessa série. Algumas garotas são bem tensas. Outras não são bem garotas. rs. Mas ela me cativou de alguma forma. Aparentemente ela não será mais lançada pois só tem 6 episódios D: Mas eu recomendo. Preciso saber se é legal mesmo, ou se eu tava muito louca @_@

Bom, é isso ein. :* Só pra lembrar, não estou ganhando Porra nenhuma pela divulgação rs




Tem gente que tem gosto, Tem gente que tem agonia.

Eu sempre andei de ônibus. Tenho 17 anos, e desde os dez ando de ônibus. Posso até dizer que curto andar de ônibus. Pra mim, o ônibus é uma Limousine bem maior com um motorista bem filho da puta. Pra mim. Pro pessoal da minha cidade não.
O pessoal daqui ama um carro caro, muitos daqui os tem. Mas é uma merda ter carro caro aqui por que, quando chove a cidade inteira alaga, quando não chove é geralmente insuportável ficar dentro de um carro (com o ar ligado ein) e quando o problema não é chuva nem sol, os riquinhos não sabem dirigir e cagam no trânsito.
Uma vez peguei um engarrafamento agressive na ida pro colégio e passei quase uma hora dentro do carro ouvindo meu pai xingar em 3 línguas diferentes. Não curti.
Noutro dia, eu peguei uma carona com um amigo meu e a mãe dele me perguntou porque eu nunca pegava carona com eles, já que eles moram tão perto. Eu falei que normalmente preferia andar de ônibus, que até gostava. Ela me escrotizou. Mandou um belo e sonoro:

-É, tem gente que tem GOSTO, tem gente que tem AGONIA.

Certo, eu mereci. Mas em outra carona que ela me deu, e que ficamos presos no estacionamento por quase uma hora sem nem conseguir sair, ela deve ter se arrependido de ter dito isso. rs



Opa rs

OMG!


E aê? Bom, se você veio parar aqui das duas uma:
-Ou você me conhece e está rindo agora;
-Ou você caiu aqui por acidente.

Se você caiu aqui por acidente lá vão as recomendações, observações, sermões e outros ões:

1: Eu poderia dizer que esse não é um blog como os outros, mas só por dizer isso já estou afirmando o contrário, pois todos os outros blogs falam o mesmo. Então esse blog é igual á qualquer outro blog que você já viu. Ou não.

2: Eu não vou postar aqui todo dia, pois estou no terceiro ano do EM, tenho vida social e mais o que fazer. Então se eu começar a postar um conto ou outra coisa que você goste, reze pra eu já tê-lo pronto.

3: Não sou legal, nem estou fazendo isso para os outros lerem, faço por mim e para mim então desligue o PC e vá jogar pedras nas vizinhas.

4: Se você não sabe PN de inglês desista, boa parte do conteúdo do blog será postado em inglês.

5:As letras de músicas e frases entre aspas (") E as imagens postadas aqui NÃO ME PERTENCEM.

Bom amores é isso, First post, wtf, amo vocês. -N